sábado, 23 de novembro de 2013

Na solidão inconfessa do amor 
de vez em quando alguma coisa incomoda
vem até a tona para respirar, 
e nos contemplar, muda, encabulada
com a língua imunda de fora, a afar 
não que soubesse que no fundo 
da doce felicidade possível
sobreviveria alguma criativa 
fria e estúpida como essa, esperando
sem pressa um momento insatisfeito
de insônia para atacar; mas vê-la
assim a implorar dá pena, e medo,
e nojo. E o jeito é afagá-la um pouco
até que ela mergulhe outra vez



Paulo Henrique Brito 

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