De alguma maneira, o nascimento da arte evidencia para Batalille o nascimento do homem, mas a arte não afirma apenas o homem na sua diferença do animal, ou seja, através da afirmação de tudo o que é humano nele, mas ao contrário, comemora a sua capacidade de se afirmar, abandonando por um momento tudo aquilo que o fez homem, e glorificar-se não na aquisição dessa humanidade, mas na abolição dela. Assim, a arte testemunha uma dupla transgressão; primeiro, o homem transgredindo sua condição natural e, segundo. o homem transgredindo sua própria humanidade diante da morte própria.
Karl Erik Schollhammer- Além do Visível- O Olhar da Literatura
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