Todas as bibliotecas que eu já fui até hoje não podem entrar com garrafinha de água. Pois é, mas conheci uma que deixava, alias deixa! O que antes achava lógico, imaginando que podia acontecer um acidente e alguém derrubar líquido nos livros, agora me parece muito estranho. Quando é proibido as chances de acontecer alguma coisa parecem muito maiores quando é muito simples e claro que é quase impossível alguém, por descuido derrubar água nos livros. Claro que podemos estar contando com pessoas que deliberadamente querem estragar o objeto, mas assim, as bibliotecas só seriam habitadas na ficção.
Eu fui em uma exposição há uns anos atrás, acho que foi do Modiguiani, em que na lista de proibições para entrar estava mascar chicletes. Achei aquilo tão louco que até fotografei. Mas me falaram que alguém poderia, depois de bem mascado, cola os chiclete no quadro. Acho muito bom as pessoas incluírem o absurdo em suas vidas, mas por em pratica e até submeter outros a sua regras é um pouco demais, né.
Outras vez, em um museu eu também presenciei uma mãe tendo que calçar as filhas pequenas que estavam descalças, ela pedia uma explicação por que da proibição: "regras, senhora".
Talvez se as coisas fossem mais simples, sem tantos empecilhos e formalidades, a maioria das pessoas não acharia que esses lugares fossem não distantes.
Aproveitando esse assunto de arte, temos que preservar, claro, mas também temos que admitir que nenhum quadro é eterno. E, depois que soube que o sol vai acabar andei estendendo isso para outras coisas também. Então, vamos incluir o risco, até em seu sentido literal, ao mundo das artes. Afinal, ruim é o roubo e volta e meia acontece um. Pior mesmo são as pessoas não irem ver uma exposição ou irem na biblioteca, e esse furto é diário.
Fernanda Tatagiba
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