sábado, 7 de junho de 2014

Já faz um bocejo que eu não te vejo há tanto tempo 
Tento escrever para sentir esse efeito na face que é a sua ausência
Meu nome é vermelho no rosto
Se alguém me visse agora 
veria não um, mas uma horda 
uma orla 
Viria correndo dizendo 
te vi outro dia
Flagrei uma pena em mim de nós dois 
dos bons tempos aqueles 
Uma pena do pássaro que teríamos sido 
e que pena que o passo foi mais largo que as pernas 
Penas de um travesseiro em que deitamos 
como cavalos 
que se deitam pra morrer


Vitor Paiva 

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