domingo, 25 de maio de 2014

Dois, como necessário ao abraço. Um, como possível no beijo. Encarnados no começo. A inocência da timidez descoberta. O amor sem a forma de outros nomes. Ainda novos, apesar de jovens. Andam despreocupadamente juntos. Alguém poderia passar nesse instante entre eles, na calçada, e desatar as mãos. Tiraria um pedaço do infinito, antecedendo o fim. O único amor que não sabe que é o primeiro. Alguém poderia passar ali e dizer para aproveitar, mas continuaram como antes. Ou contar que tudo não passa de um momento, que acabaria em alguns anos. Espalhados em bancos, em baixo de árvores, dedos entre as mãos, seguem duvidando.


Fernanda Tatagiba 

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