Dois, como necessário ao
abraço. Um, como possível no beijo. Encarnados no começo. A inocência da timidez
descoberta. O amor sem a forma de outros nomes. Ainda novos, apesar de jovens. Andam
despreocupadamente juntos. Alguém poderia passar nesse instante entre eles, na
calçada, e desatar as mãos. Tiraria um pedaço do infinito, antecedendo o fim. O único
amor que não sabe que é o primeiro. Alguém poderia passar ali e dizer para
aproveitar, mas continuaram como antes. Ou contar que tudo não passa de um
momento, que acabaria em alguns anos. Espalhados em bancos, em baixo de árvores,
dedos entre as mãos, seguem duvidando.
Fernanda Tatagiba
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