quarta-feira, 23 de abril de 2014

quando uma coisa produz silêncio
ela está
pronta

(...)

colher com discreta
violência o primeiro
silêncio do
dia


(...)

nascente
córrego
cachoeira
ribeirão
eu choro

pra pertencer à paisagem


(...)

porque a palavra me pega de dois jeitos: de um jeito que não basta sabê-la de um jeito que me come

(...)

no canto da sala a cadeira da minha
avó onde um dia
a dor

me esperará

(...)

dois vaga lumes no pote

e o silêncio dos retratos

(..)

nem o riso das crianças
alivia
nossa

ternura



Mariana Botelho - poemas retirados do livro: O Silêncio Tange o Sino 

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