quando uma coisa produz silêncio
ela está
pronta
(...)
colher com discreta
violência o primeiro
silêncio do
dia
(...)
nascente
córrego
cachoeira
ribeirão
eu choro
pra pertencer à paisagem
(...)
porque a palavra me pega de dois jeitos: de um jeito que não basta sabê-la de um jeito que me come
(...)
no canto da sala a cadeira da minha
avó onde um dia
a dor
me esperará
(...)
dois vaga lumes no pote
e o silêncio dos retratos
(..)
nem o riso das crianças
alivia
nossa
ternura
Mariana Botelho - poemas retirados do livro: O Silêncio Tange o Sino
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