quarta-feira, 25 de setembro de 2013

olhos abertos no rastro de formato 
verões inteiros desafiados como uma esfinge em frente ao sol, esperando o sono
a surpresa fazendo do exercício da vinda um exército em pleno sábado
pernas se encaixando em caminhos sentados até o chão
alguém pendurado no tempo 
o ângulo torto que nos separa não é maior que a lâmpada seca do quarto ao lado
um feixe rangendo no corredor
enfiado como uma lâmina na ponta da cama
o vazio da ausência da morte 
restos em muitos cantos
varandas descobertas 
na madrugada um carro passa com um farol apagado
vira, se arrisca a ser esquecido
a manhã começa com barulho
muitos dormem 


Fernanda Tatagiba

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